Na manhã deste domingo (28/02/21), populares e profissionais da saúde de Ribeirão Pires protestaram contra o fechamento do Hospital de Campanha aberto no município no início dos casos de Covid-19 na cidade. A perspectiva de fechamento surgiu nas últimas semanas, primeiro através de entrevista do Secretário Municipal de Saúde, Dr. Audrei Rocha, e logo foi confirmado pelo Prefeito da Cidade, o Professor Clóvis Volpi. Ao longo da última semana houve um esforço do executivo municipal para a manutenção da unidade de atendimento emergencial, especialmente nesse período em que ocorre um aumento dos casos de infecção causada pelo novo coronavírus; e que, considerando que o citado aparelho de saúde está com 100% de ocupação dos leitos, torna indiscutível a importância da garantia de continuidade de atendimento na cidade e na região, pois, de todos os hospitais emergenciais abertos, o de Ribeirão Pires é o único que resta em atendimento atualmente na micro região de Ribeirão Pires.
É oportuno citar, ainda, que o Senado Federal aprovou projeto que proíbe o fechamento dos hospitais de campanha, a menos que haja, na central de regulação de vagas, leitos suficientes para poder fazer face à desativação, o que não é o caso, já que municípios mais bem estruturados do ponto de vista sanitário estão próximos da ocupação máxima de suas unidades de emergência. Outra condição para o fechamento dessas unidades “de guerra” serem descontinuadas seria a vacinação de, pelo menos, 70% da população; o que está bem distante de acontecer dada a morosidade do Governo Federal em adquirir insumos suficientes para a fabricação dos imunizantes que possam atender a demanda da população.
O lenitivo para a situação, já que o Estado de São Paulo se nega a oferecer ajuda financeira para a manutenção do referido Hospital de Campanha de Ribeirão Pires é que, neste final de semana, o Prefeito, junto ao presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, o Prefeito Paulo Serra, do município de Santo André, conseguiu um empréstimo para a manutenção do hospital pelo prazo de trinta dias. Ou seja, não bastasse a grave situação instalada o executivo municipal terá que achar espaço no orçamento municipal, já fragilizado pela queda de arrecadação e nos repasses estaduais e federais, para pagar a conta; o que, provavelmente, resultará em insuficiência de recursos para a oferta de outros serviços essenciais à população.
Em depoimento os manifestantes, acompanhados de alguns movimentos sociais e profissionais de saúde, eram unânimes em considerar que o período de trinta dias é muito pequeno, dada a situação de acelerado contágio entre a população local e das cidades vizinhas que, sem atendimento suficiente, tem encaminhado seus pacientes a Ribeirão Pires. Na opinião dos manifestantes, os próximos dias podem colapsar o atendimento de saúde e, caso nada seja feito, em detrimento do atendimento aos pacientes acometidos pela Covid-19, outras questões de saúde podem ter seu atendimento precarizado, o que acarretaria prejuízos irreparáveis à população que têm outros problemas de saúde.
De acordo com José Cantídio de Lima, Presidente do Conselho Municipal de Saúde, a participação da sociedade civil, dos técnicos presentes no Ato Público e dos movimentos sociais, "reforçam a importância do Hospital de Campanha de Ribeirão Pires no enfrentamento do Covid-19 na cidade e na região, e também da união da população para defender esse equipamento que já salvou mais de três mil pacientes".
